
As redes Layer 1 formam a base das blockchains, como Bitcoin e Ethereum, processando e validando todas as transações e garantindo a segurança do sistema. Com o aumento do uso de criptomoedas, esses sistemas passaram a enfrentar limitações de escalabilidade. Isso elevou as taxas e reduziu a velocidade das operações. Para superar esses desafios, surgiram as redes Layer 2, que operam sobre as redes principais e aumentam drasticamente a capacidade de processamento ao transferir parte das transações para fora da cadeia (off-chain), reduzindo custos e otimizando o desempenho. A interação entre essas camadas permite que o ecossistema blockchain cresça sem abrir mão da descentralização ou da segurança.
O conceito de Layer 1 tem origem nos primeiros projetos de blockchain, que criaram sistemas completos e independentes responsáveis por validação de transações, consenso e armazenamento de dados. O Bitcoin, pioneiro no setor, já apresentava limitações de tamanho e tempo de bloco, o que gerou gargalos de desempenho na rede. Esse chamado “trilema das blockchains” — a dificuldade de alcançar simultaneamente escalabilidade, segurança e descentralização — impulsionou o desenvolvimento de novas soluções.
Com o boom das criptomoedas entre 2017 e 2018, o congestionamento se agravou, levando desenvolvedores a buscar alternativas para escalar as operações. As redes Layer 2 surgiram nesse contexto, sem alterar o protocolo das redes principais, mas adicionando soluções de escalabilidade sobre elas. A Lightning Network do Bitcoin foi uma das primeiras soluções Layer 2, enquanto o Ethereum adotou alternativas como Optimistic Rollups e ZK-Rollups.
As redes Layer 1 executam todas as transações diretamente na blockchain, por meio de mecanismos como Proof of Work (Prova de Trabalho) ou Proof of Stake (Prova de Participação). Cada nó valida e armazena o histórico completo, garantindo segurança e descentralização, mas limitando a velocidade. O Bitcoin processa cerca de 7 transações por segundo, e o Ethereum, aproximadamente 15.
Já as redes Layer 2 utilizam diferentes tecnologias para processar grandes volumes de transações fora da cadeia principal:
Essas soluções Layer 2 podem elevar a performance para milhares ou dezenas de milhares de transações por segundo, mantendo as garantias de segurança da blockchain principal.
Principais desafios das redes Layer 1:
Riscos das redes Layer 2:
Embora as redes Layer 2 resolvam muitos problemas das Layer 1, elas também trazem novas complexidades e riscos, exigindo que usuários avaliem cuidadosamente os prós e contras de cada alternativa.
Layer 1 e Layer 2 exercem papéis complementares no universo blockchain. A camada base garante segurança e descentralização, enquanto as soluções Layer 2 ampliam a escalabilidade e a eficiência. Com a evolução tecnológica, a integração entre essas camadas tende a ser cada vez mais fluida, como na combinação do sharding do Ethereum com Layer 2, o que pode viabilizar dezenas ou até centenas de milhares de transações por segundo. Esse modelo em camadas permite que blockchains atendam demandas corporativas, mantendo a essência da descentralização e abrindo espaço para aplicações mais amplas.
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