“Uma sombra e uma luz constituem o Tao”. No mercado de investimento, alta e baixa caminham juntas; há quem faça long, há quem faça short. A maioria das pessoas está habituada a lucrar com a subida, mas traders inteligentes sabem também lucrar na fase de queda. Se o mercado permitisse apenas posições longas, seria como uma linha reta que só sobe, resultando em picos de alta e quedas abruptas, sem lógica. Pelo contrário, quando há uma batalha equilibrada entre forças de compra e venda, cada passo é relativamente estável, e essa é a essência do valor do short.
O que exatamente é fazer short?
Fazer short (também chamado de vender a descoberto), é uma operação contrária — prever que o mercado vai cair, vender ativos que ainda não possui ao preço atual, e comprar de volta quando o preço cair, lucrando com a diferença. Isso é completamente oposto à lógica tradicional de “comprar barato e vender caro”.
Pontos-chave incluem:
Pré-requisito: é necessário prever que o preço vai cair. Essa previsão é a base de toda operação de short; se errar a direção, o resultado costuma ser desastroso.
Lógica operacional: vender a um preço alto (abrir short), comprar a um preço mais baixo (fechar posição). Essa sequência é invertida em relação ao long, exigindo uma mudança de mentalidade do investidor.
Aplicabilidade: ações, câmbio, futuros, opções, derivativos, entre outros, quase todos os ativos voláteis podem ser vendidos a descoberto.
Forma de realização: se não possuir o ativo, pode emprestá-lo de uma corretora para vender, o que na terminologia profissional é chamado de “venda a descoberto” ou “venda de ações emprestadas” (short selling).
Por que o mercado precisa de mecanismos de short?
Hedge de risco
Quando você possui uma grande posição em uma ação, mas teme riscos, pode fazer short de ativos relacionados para proteger-se. Por exemplo, se acredita no longo prazo de uma empresa, mas tem preocupações de curto prazo, pode fazer short de opções ou de um índice relacionado para hedge.
Controle de bolhas
Frequentemente, ativos estão supervalorizados. Instituições de short vendem em grande quantidade, empurrando o preço de volta a níveis racionais, inadvertidamente “limpando o mercado”, promovendo fluxo de informações e eficiência na precificação.
Aumento de liquidez
Apenas lucrar na alta limita a participação; a liquidez pode secar. Se for possível lucrar na alta e na baixa, mais traders serão atraídos, tornando o mercado mais ativo e eficiente.
Principais formas de fazer short
Modo 1: Short selling de ações via margem
Através de uma conta de margem de corretora, vendendo ações emprestadas. Por exemplo, uma corretora americana exige um mínimo de 2000 dólares de ativos, mantendo o valor líquido da conta acima de 30% do valor total. A taxa de empréstimo de ações varia conforme o valor emprestado, de 9,5% a 7,5%.
Desvantagens: alto limite de entrada, custos de juros elevados, procedimentos complexos (precisa passar por empréstimo, venda, recompra e devolução).
Modo 2: Contratos por Diferença (CFD) de short
CFD é um derivado que acompanha o preço do ativo subjacente, teoricamente alinhado ao mercado à vista. Em comparação com o empréstimo de ações, os CFDs oferecem vantagens claras:
Dimensão
CFD de short
Empréstimo de ações
Capital inicial
5%-10% de margem
50% ou mais
Alavancagem
10-20x
2x
Tipos de ativos
ações, câmbio, índices, commodities, criptoativos
principalmente ações
Taxas
sem comissão ou muito baixa
comissão a pagar
Juros overnight
sim
sim
Flexibilidade de negociação
intraday, curto e médio prazo
mais adequado para longo prazo
Modo 3: Short em futuros
Contratos futuros estipulam a compra e venda de um ativo a um preço futuro. A lógica é semelhante ao CFD, mas futuros têm prazos de entrega rígidos, exigem margens mais altas e experiência prática. Para investidores de varejo, o risco é maior, podendo ocorrer liquidação forçada por falta de margem. Não recomendado para iniciantes.
Modo 4: ETF inverso para short de índices
Se não quiser julgar o mercado, pode comprar ETFs de inversão (como o QID, que faz short do Nasdaq). Esses produtos são geridos por equipes profissionais, com risco relativamente controlado, mas custos mais elevados (envolvendo custos de rolagem de derivativos).
Exemplo prático de short em ações
Tomando ações de tecnologia: uma ação atingiu US$1243 em novembro de 2021, depois recuou. Como a análise técnica indicava que não atingiria nova máxima, em início de janeiro de 2022, ao subir para cerca de US$1200, decidiu-se fazer short:
4 de janeiro: emprestou 1 ação, vendeu a US$1200, recebendo US$1200 em caixa
11 de janeiro: o preço caiu para cerca de US$980, recomprou a ação e devolveu
Lucro: US$1200 - US$980 = US$220 (sem contar juros e taxas)
Exemplo prático de short em câmbio
O mercado de câmbio é naturalmente bidirecional, qualquer par de moedas pode ser comprado ou vendido a descoberto. A lógica é prever que uma moeda vai se depreciar em relação à outra.
Caso real: um trader, usando gráfico de 5 minutos, com alavancagem de 200x e margem de US$590, fez short de GBP/USD, entrando a 1.18039. Quando a cotação caiu 21 pontos até 1.17796, obteve lucro de US$219, com retorno de 37%.
As oscilações cambiais são influenciadas por fatores como política de juros, balança de pagamentos, reservas cambiais, dados de inflação, política macroeconômica, expectativas de mercado, etc. Portanto, operar no Forex exige conhecimento aprofundado de fundamentos e análise técnica.
Vantagens do CFD de short em relação ao método tradicional
Comparando o short de uma ação de tecnologia via CFD e empréstimo de ações:
Indicador
CFD de short
Empréstimo de ações
Investimento inicial
US$434 (5 ações, 20x de alavancagem)
US$4343 (5 ações, 2x de alavancagem)
Lucro na liquidação
US$150
US$150
Custos de operação
US$0
US$2,29
Retorno
34,60%
3,40%
Percebe-se que o CFD permite alavancar maior retorno com menos capital, sendo mais eficiente.
Vantagens principais do CFD de short:
Alta eficiência de capital: com 10-20x de alavancagem, controla posições equivalentes, reduzindo o capital inicial necessário
Ferramenta de hedge: pode ser usado para proteger posições longas existentes, evitando riscos súbitos
Baremo requisito de entrada: sem limite mínimo de capital para abrir conta, basta pagar margem
Operação simples: apenas vender e comprar, sem procedimentos complexos de empréstimo
Benefícios fiscais: sem imposto sobre ganhos de capital (dependendo da jurisdição)
Riscos e armadilhas do short
Riscos principais
Risco de liquidação forçada
O ativo emprestado ainda pertence à corretora, que pode exigir a devolução a qualquer momento. Se a margem não for suficiente, a posição será liquidada forçadamente, muitas vezes no pior momento de mercado.
Perda ilimitada
Esse é o risco mais grave do short. Enquanto o longo tem perda máxima limitada ao capital investido (queda até zero), o short pode ter perdas ilimitadas, pois o preço da ação pode subir indefinidamente. Por exemplo, ao fazer short de 100 ações a US$10, se o preço subir para US$100, a perda será de US$9.000, muito maior que o capital inicial.
Previsão errada
Se a previsão estiver incorreta e o mercado se mover contra, as perdas podem se acelerar rapidamente, especialmente com alavancagem.
Recomendações de operação
Short é mais adequado para curto prazo: ao contrário do long, o potencial de lucro é limitado (máximo até o preço zero), não sendo ideal para posições de longo prazo. Melhor entrar e sair rapidamente, garantindo lucros.
Gerenciar o tamanho da posição: o short deve ser uma ferramenta de hedge, não a estratégia principal. Controlar o tamanho da posição é fundamental, evitando excesso de alavancagem.
Executar stop-loss
Muitos traders entram em “fantasia”, acreditando que o preço vai cair, e aumentam posições para reduzir o custo médio. A prática correta é definir stop-loss e fechar a posição ao ser atingido, limitando perdas.
Resumo
Fazer short é uma parte fundamental do mercado financeiro, comum entre grandes capitais e investidores institucionais. Investidores comuns também podem participar via CFD, futuros, ETFs, mas é crucial entender três pontos:
Ter previsão precisa do mercado — operar às cegas é como apostar
Usar alavancagem racional — alavancagem é uma faca de dois gumes, amplifica ganhos e perdas
Executar rigorosamente a gestão de risco — stop-loss, controle de posição e capital são essenciais
Fazer short não é uma estratégia para ganhar dinheiro rápido, mas uma ferramenta de precisão para traders profissionais. Usada corretamente, ajuda a lucrar em mercados de oscilação; mal utilizada, pode destruir sua conta em instantes.
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Como obter lucros bidirecionais em mercados voláteis: Guia completo para negociações de venda a descoberto
O mercado é sempre bidirecional
“Uma sombra e uma luz constituem o Tao”. No mercado de investimento, alta e baixa caminham juntas; há quem faça long, há quem faça short. A maioria das pessoas está habituada a lucrar com a subida, mas traders inteligentes sabem também lucrar na fase de queda. Se o mercado permitisse apenas posições longas, seria como uma linha reta que só sobe, resultando em picos de alta e quedas abruptas, sem lógica. Pelo contrário, quando há uma batalha equilibrada entre forças de compra e venda, cada passo é relativamente estável, e essa é a essência do valor do short.
O que exatamente é fazer short?
Fazer short (também chamado de vender a descoberto), é uma operação contrária — prever que o mercado vai cair, vender ativos que ainda não possui ao preço atual, e comprar de volta quando o preço cair, lucrando com a diferença. Isso é completamente oposto à lógica tradicional de “comprar barato e vender caro”.
Pontos-chave incluem:
Pré-requisito: é necessário prever que o preço vai cair. Essa previsão é a base de toda operação de short; se errar a direção, o resultado costuma ser desastroso.
Lógica operacional: vender a um preço alto (abrir short), comprar a um preço mais baixo (fechar posição). Essa sequência é invertida em relação ao long, exigindo uma mudança de mentalidade do investidor.
Aplicabilidade: ações, câmbio, futuros, opções, derivativos, entre outros, quase todos os ativos voláteis podem ser vendidos a descoberto.
Forma de realização: se não possuir o ativo, pode emprestá-lo de uma corretora para vender, o que na terminologia profissional é chamado de “venda a descoberto” ou “venda de ações emprestadas” (short selling).
Por que o mercado precisa de mecanismos de short?
Hedge de risco
Quando você possui uma grande posição em uma ação, mas teme riscos, pode fazer short de ativos relacionados para proteger-se. Por exemplo, se acredita no longo prazo de uma empresa, mas tem preocupações de curto prazo, pode fazer short de opções ou de um índice relacionado para hedge.
Controle de bolhas
Frequentemente, ativos estão supervalorizados. Instituições de short vendem em grande quantidade, empurrando o preço de volta a níveis racionais, inadvertidamente “limpando o mercado”, promovendo fluxo de informações e eficiência na precificação.
Aumento de liquidez
Apenas lucrar na alta limita a participação; a liquidez pode secar. Se for possível lucrar na alta e na baixa, mais traders serão atraídos, tornando o mercado mais ativo e eficiente.
Principais formas de fazer short
Modo 1: Short selling de ações via margem
Através de uma conta de margem de corretora, vendendo ações emprestadas. Por exemplo, uma corretora americana exige um mínimo de 2000 dólares de ativos, mantendo o valor líquido da conta acima de 30% do valor total. A taxa de empréstimo de ações varia conforme o valor emprestado, de 9,5% a 7,5%.
Desvantagens: alto limite de entrada, custos de juros elevados, procedimentos complexos (precisa passar por empréstimo, venda, recompra e devolução).
Modo 2: Contratos por Diferença (CFD) de short
CFD é um derivado que acompanha o preço do ativo subjacente, teoricamente alinhado ao mercado à vista. Em comparação com o empréstimo de ações, os CFDs oferecem vantagens claras:
Modo 3: Short em futuros
Contratos futuros estipulam a compra e venda de um ativo a um preço futuro. A lógica é semelhante ao CFD, mas futuros têm prazos de entrega rígidos, exigem margens mais altas e experiência prática. Para investidores de varejo, o risco é maior, podendo ocorrer liquidação forçada por falta de margem. Não recomendado para iniciantes.
Modo 4: ETF inverso para short de índices
Se não quiser julgar o mercado, pode comprar ETFs de inversão (como o QID, que faz short do Nasdaq). Esses produtos são geridos por equipes profissionais, com risco relativamente controlado, mas custos mais elevados (envolvendo custos de rolagem de derivativos).
Exemplo prático de short em ações
Tomando ações de tecnologia: uma ação atingiu US$1243 em novembro de 2021, depois recuou. Como a análise técnica indicava que não atingiria nova máxima, em início de janeiro de 2022, ao subir para cerca de US$1200, decidiu-se fazer short:
Exemplo prático de short em câmbio
O mercado de câmbio é naturalmente bidirecional, qualquer par de moedas pode ser comprado ou vendido a descoberto. A lógica é prever que uma moeda vai se depreciar em relação à outra.
Caso real: um trader, usando gráfico de 5 minutos, com alavancagem de 200x e margem de US$590, fez short de GBP/USD, entrando a 1.18039. Quando a cotação caiu 21 pontos até 1.17796, obteve lucro de US$219, com retorno de 37%.
As oscilações cambiais são influenciadas por fatores como política de juros, balança de pagamentos, reservas cambiais, dados de inflação, política macroeconômica, expectativas de mercado, etc. Portanto, operar no Forex exige conhecimento aprofundado de fundamentos e análise técnica.
Vantagens do CFD de short em relação ao método tradicional
Comparando o short de uma ação de tecnologia via CFD e empréstimo de ações:
Percebe-se que o CFD permite alavancar maior retorno com menos capital, sendo mais eficiente.
Vantagens principais do CFD de short:
Riscos e armadilhas do short
Riscos principais
Risco de liquidação forçada
O ativo emprestado ainda pertence à corretora, que pode exigir a devolução a qualquer momento. Se a margem não for suficiente, a posição será liquidada forçadamente, muitas vezes no pior momento de mercado.
Perda ilimitada
Esse é o risco mais grave do short. Enquanto o longo tem perda máxima limitada ao capital investido (queda até zero), o short pode ter perdas ilimitadas, pois o preço da ação pode subir indefinidamente. Por exemplo, ao fazer short de 100 ações a US$10, se o preço subir para US$100, a perda será de US$9.000, muito maior que o capital inicial.
Previsão errada
Se a previsão estiver incorreta e o mercado se mover contra, as perdas podem se acelerar rapidamente, especialmente com alavancagem.
Recomendações de operação
Short é mais adequado para curto prazo: ao contrário do long, o potencial de lucro é limitado (máximo até o preço zero), não sendo ideal para posições de longo prazo. Melhor entrar e sair rapidamente, garantindo lucros.
Gerenciar o tamanho da posição: o short deve ser uma ferramenta de hedge, não a estratégia principal. Controlar o tamanho da posição é fundamental, evitando excesso de alavancagem.
Executar stop-loss
Muitos traders entram em “fantasia”, acreditando que o preço vai cair, e aumentam posições para reduzir o custo médio. A prática correta é definir stop-loss e fechar a posição ao ser atingido, limitando perdas.
Resumo
Fazer short é uma parte fundamental do mercado financeiro, comum entre grandes capitais e investidores institucionais. Investidores comuns também podem participar via CFD, futuros, ETFs, mas é crucial entender três pontos:
Fazer short não é uma estratégia para ganhar dinheiro rápido, mas uma ferramenta de precisão para traders profissionais. Usada corretamente, ajuda a lucrar em mercados de oscilação; mal utilizada, pode destruir sua conta em instantes.