O mercado de café enfrenta uma pressão crescente devido às amplas projeções de oferta global para a temporada 2025/26. O Serviço de Agricultura Estrangeira do USDA previu, em 25 de junho, que a produção mundial de café atingirá um recorde de 178,68 milhões de sacos, representando um aumento de +2,5% em relação ao ano anterior. Enquanto a produção de arábica deve diminuir -1,7% para 97,022 milhões de sacos, a produção de robusta deve aumentar +7,9% para 81,658 milhões de sacos, indicando uma mudança significativa na dinâmica de oferta, favorecendo a variedade de menor qualidade.
A expansão da colheita de café no Brasil continua sendo um fator-chave que impulsiona as expectativas de oferta abundante. A Conab, agência de previsão de safra do Brasil, aumentou sua estimativa de produção para 2025 em 2,4%, para 56,54 milhões de sacos, em 4 de dezembro, acima da projeção de setembro de 55,20 milhões de sacos. Padrões climáticos favoráveis recentes reforçaram essas perspectivas otimistas de produção. A Somar Meteorologia informou que Minas Gerais, maior região produtora de arábica do Brasil, recebeu 79,8 mm de chuva durante a semana encerrada em 12 de dezembro — 155% da média histórica. A Climatempo indicou na segunda-feira que “chuvas intensas e persistentes” devem continuar nesta semana em várias zonas de café do Brasil.
Surto de Produção no Vietname Pressiona Preços de Robusta
O setor de café do Vietname é outro grande contribuinte para as ofertas globais abundantes. A produção de café do país para 2025/26 deve subir +6% em relação ao ano anterior, atingindo 1,76 milhão de toneladas métricas, ou 29,4 milhões de sacos — o maior valor em quatro anos. A Associação de Café e Cacau do Vietname afirmou, em 24 de outubro, que a produção poderia atingir 10% acima do ano agrícola anterior, se as condições climáticas permanecerem favoráveis. Os dados de exportação de novembro reforçaram essa abundância: o Escritório Nacional de Estatísticas do Vietname informou que as exportações de café de novembro aumentaram +39% em relação ao mesmo período do ano passado, para 88.000 MT, com as exportações de janeiro a novembro subindo +14,8% em relação ao ano anterior, para 1,398 milhão de toneladas métricas.
Quedas de Preços Persistem à Medida que o Mercado Assimila a Perspectiva de Oferta
O cenário de oferta abundante gerou uma pressão significativa de baixa em ambas as variedades de café. O café arábica de março (KCH26) fechou com uma queda de 8,20 pontos (-2,28%) na terça-feira, enquanto o café robusta de janeiro na ICE caiu 107 pontos (-2,65%). Essas quedas prolongaram uma tendência de duas semanas de baixa, com o arábica atingindo uma mínima de três semanas e o robusta caindo para uma mínima de quatro meses, enquanto os traders absorviam as implicações de uma oferta futura abundante.
Os contratos futuros de arábica encontraram suporte modesto devido às restrições recentes de exportação. As exportações de café verde de novembro do Brasil caíram -27% em relação ao ano anterior, para 3,3 milhões de sacos, segundo o grupo de exportadores Cecafe, na última quarta-feira. Além disso, as compras de café brasileiro pelos EUA de agosto a outubro despencaram 52% em relação ao mesmo período do ano passado, para 983.970 sacos, refletindo o impacto de tarifas anteriores sobre as importações americanas do Brasil, embora essas tarifas tenham sido posteriormente reduzidas.
Movimentos de Inventário Sinalizam Sinais Mistas
Os estoques de arábica monitorados pelo ICE atingiram uma mínima de 1,75 anos, de 398.645 sacos, em 20 de novembro, antes de se recuperarem para uma máxima de cinco semanas, de 426.523 sacos, em 5 de dezembro. Os estoques de robusta do ICE caíram para uma mínima de 11,5 meses, de 4.012 lotes, na última quarta-feira, sugerindo que, embora os estoques permaneçam restritos em certas categorias, eles não apresentam uma escassez suficiente para contrariar a influência baixista das projeções de oferta abundante.
As exportações globais de café durante o ano de comercialização atual (Outubro-Setembro) mostraram sinais de contração. A Organização Internacional do Café informou, em 7 de novembro, que as exportações globais de café caíram 0,3% em relação ao ano anterior, para 138,658 milhões de sacos, uma pequena redução que destaca o enfraquecimento da demanda em relação às expectativas de produção abundante. O USDA projeta ainda que os estoques finais de 2025/26 subirão +4,9%, para 22,819 milhões de sacos, de 21,752 milhões de sacos em 2024/25, reforçando a narrativa de excesso de oferta estrutural que pesa sobre os preços.
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O aumento global na oferta de café continua a pesar nos mercados de Arábica e Robusta
Projeções de Oferta Pintam Imagem de Abundância
O mercado de café enfrenta uma pressão crescente devido às amplas projeções de oferta global para a temporada 2025/26. O Serviço de Agricultura Estrangeira do USDA previu, em 25 de junho, que a produção mundial de café atingirá um recorde de 178,68 milhões de sacos, representando um aumento de +2,5% em relação ao ano anterior. Enquanto a produção de arábica deve diminuir -1,7% para 97,022 milhões de sacos, a produção de robusta deve aumentar +7,9% para 81,658 milhões de sacos, indicando uma mudança significativa na dinâmica de oferta, favorecendo a variedade de menor qualidade.
A expansão da colheita de café no Brasil continua sendo um fator-chave que impulsiona as expectativas de oferta abundante. A Conab, agência de previsão de safra do Brasil, aumentou sua estimativa de produção para 2025 em 2,4%, para 56,54 milhões de sacos, em 4 de dezembro, acima da projeção de setembro de 55,20 milhões de sacos. Padrões climáticos favoráveis recentes reforçaram essas perspectivas otimistas de produção. A Somar Meteorologia informou que Minas Gerais, maior região produtora de arábica do Brasil, recebeu 79,8 mm de chuva durante a semana encerrada em 12 de dezembro — 155% da média histórica. A Climatempo indicou na segunda-feira que “chuvas intensas e persistentes” devem continuar nesta semana em várias zonas de café do Brasil.
Surto de Produção no Vietname Pressiona Preços de Robusta
O setor de café do Vietname é outro grande contribuinte para as ofertas globais abundantes. A produção de café do país para 2025/26 deve subir +6% em relação ao ano anterior, atingindo 1,76 milhão de toneladas métricas, ou 29,4 milhões de sacos — o maior valor em quatro anos. A Associação de Café e Cacau do Vietname afirmou, em 24 de outubro, que a produção poderia atingir 10% acima do ano agrícola anterior, se as condições climáticas permanecerem favoráveis. Os dados de exportação de novembro reforçaram essa abundância: o Escritório Nacional de Estatísticas do Vietname informou que as exportações de café de novembro aumentaram +39% em relação ao mesmo período do ano passado, para 88.000 MT, com as exportações de janeiro a novembro subindo +14,8% em relação ao ano anterior, para 1,398 milhão de toneladas métricas.
Quedas de Preços Persistem à Medida que o Mercado Assimila a Perspectiva de Oferta
O cenário de oferta abundante gerou uma pressão significativa de baixa em ambas as variedades de café. O café arábica de março (KCH26) fechou com uma queda de 8,20 pontos (-2,28%) na terça-feira, enquanto o café robusta de janeiro na ICE caiu 107 pontos (-2,65%). Essas quedas prolongaram uma tendência de duas semanas de baixa, com o arábica atingindo uma mínima de três semanas e o robusta caindo para uma mínima de quatro meses, enquanto os traders absorviam as implicações de uma oferta futura abundante.
Os contratos futuros de arábica encontraram suporte modesto devido às restrições recentes de exportação. As exportações de café verde de novembro do Brasil caíram -27% em relação ao ano anterior, para 3,3 milhões de sacos, segundo o grupo de exportadores Cecafe, na última quarta-feira. Além disso, as compras de café brasileiro pelos EUA de agosto a outubro despencaram 52% em relação ao mesmo período do ano passado, para 983.970 sacos, refletindo o impacto de tarifas anteriores sobre as importações americanas do Brasil, embora essas tarifas tenham sido posteriormente reduzidas.
Movimentos de Inventário Sinalizam Sinais Mistas
Os estoques de arábica monitorados pelo ICE atingiram uma mínima de 1,75 anos, de 398.645 sacos, em 20 de novembro, antes de se recuperarem para uma máxima de cinco semanas, de 426.523 sacos, em 5 de dezembro. Os estoques de robusta do ICE caíram para uma mínima de 11,5 meses, de 4.012 lotes, na última quarta-feira, sugerindo que, embora os estoques permaneçam restritos em certas categorias, eles não apresentam uma escassez suficiente para contrariar a influência baixista das projeções de oferta abundante.
As exportações globais de café durante o ano de comercialização atual (Outubro-Setembro) mostraram sinais de contração. A Organização Internacional do Café informou, em 7 de novembro, que as exportações globais de café caíram 0,3% em relação ao ano anterior, para 138,658 milhões de sacos, uma pequena redução que destaca o enfraquecimento da demanda em relação às expectativas de produção abundante. O USDA projeta ainda que os estoques finais de 2025/26 subirão +4,9%, para 22,819 milhões de sacos, de 21,752 milhões de sacos em 2024/25, reforçando a narrativa de excesso de oferta estrutural que pesa sobre os preços.