O Mercado Global de Café Enfrenta Pressões à Medida que Estimativas de Produção Recorde Pesam nos Futuros

O mercado de futuros de café experimentou quedas significativas esta semana, com contratos de arábica e robusta atingindo mínimos de vários meses. O arábica de março caiu para um mínimo de 3 semanas, enquanto o robusta de janeiro deslizou para um piso de 4 meses, à medida que as preocupações com o abastecimento passaram de escassez para excesso.

Chuva abundante no Brasil redefine a dinâmica de preços

Precipitações intensas em várias regiões de cultivo de café no Brasil alteraram fundamentalmente o sentimento do mercado. A maior área de produção de arábica do país, Minas Gerais, recebeu 79,8 mm de chuva durante a semana até 12 de dezembro—representando 155% da média histórica. As previsões meteorológicas indicam que chuvas intensas irão persistir ao longo da semana seguinte.

Essa abundância de umidade, embora benéfica para o desenvolvimento da safra, desencadeou uma forte pressão de venda. O órgão de previsão de safra do Brasil aumentou sua projeção de produção para 2025 em 2,4%, para 56,54 milhões de sacos, acima da estimativa anterior de setembro de 55,20 milhões de sacos. A perspectiva de uma colheita maior tornou-se o principal fator que tem pressionado os preços de ambos os contratos, arábica e robusta.

Aumento nas exportações do Vietname agrava preocupações com excesso de oferta no mercado

Como maior produtor mundial de robusta, o desempenho comercial do Vietname exerce grande influência no mercado. As exportações de café do país em novembro aumentaram 39% em relação ao ano anterior, para 88.000 MT, enquanto as remessas de janeiro a novembro subiram 14,8% em relação ao ano anterior, para 1,398 milhão de MT.

Para o futuro, a produção de café do Vietname em 2025/26 está projetada para atingir 1,76 milhão de MT—um pico de 4 anos, representando um crescimento de 6% em relação ao ano anterior. A Associação de Café e Cacau do Vietname sugeriu que a produção poderia subir mais 10% acima dos níveis do ano anterior, se o clima favorável persistir.

Trajetória global de oferta aponta para recorde de produção

O Serviço de Agricultura Estrangeira do USDA previu que a produção mundial de café durante 2025/26 atingirá 178,68 milhões de sacos, marcando um recorde e refletindo um crescimento de 2,5% em relação ao ano anterior. A divisão revela uma tendência divergente: a produção de robusta deve expandir 7,9%, para 81,658 milhões de sacos, enquanto a de arábica deve contrair 1,7%, para 97,022 milhões de sacos.

Especificamente para o Brasil, a produção de 2025/26 está estimada em 65 milhões de sacos (0,5% acima do ano atual), enquanto a colheita do Vietname deve subir 6,9%, para 31 milhões de sacos. As reservas finais globais estão projetadas para aumentar 4,9%, para 22,819 milhões de sacos, contra 21,752 milhões de sacos na temporada anterior.

Sinais mistos de estoques e fluxos comerciais

Os estoques de arábica monitorados pelo ICE atingiram uma mínima de 11,5 meses, de 398.645 sacos, em novembro, antes de se recuperarem para 426.523 sacos no início de dezembro. Os estoques de robusta também se reduziram para uma mínima de 11,5 meses, de 4.012 lotes recentemente. Essas restrições de estoque oferecem algum suporte tático à queda de preços.

No entanto, as exportações de café verde do Brasil mostram um quadro mais cauteloso. As remessas de novembro caíram 27% em relação ao ano anterior, para 3,3 milhões de sacos, refletindo uma fraqueza anterior na compra, quando tarifas dos EUA desencorajaram compras brasileiras. Os compradores americanos reduziram as aquisições de café brasileiro em 52% entre agosto e outubro em comparação ao ano anterior, chegando a apenas 983.970 sacos, apesar do alívio tarifário subsequente.

A Organização Internacional do Café informou que as exportações globais de café para o ano de comercialização atual caíram 0,3% em relação ao ano anterior, para 138,658 milhões de sacos, sinalizando um modesto impulso de exportação, apesar das expectativas de crescimento na produção.

A confluência de previsões de aumento na produção, colheitas regionais em expansão e precipitação abundante em zonas-chave de cultivo de café criou obstáculos para ambos os contratos, arábica e robusta. Enquanto níveis de estoque mais restritos de curto prazo oferecem suporte tático, a mudança estrutural para excesso de oferta global domina a narrativa do mercado.

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