A Aposta dos Influenciadores: Quais São as Suas Verdadeiras Chances de Fazer Sucesso?

Todos os dias, milhões deslizam pelo TikTok, Instagram e YouTube sonhando com o mesmo sonho: transformar as suas paixões numa carreira a tempo inteiro e tornar-se famoso a fazê-lo. A atração é real. Poderia estar a postar vídeos de culinária num dia e a fechar um contrato de patrocínio de $21 14.000 no seguinte—basta perguntar a Paige Spiranac, que supostamente ganha esse valor por publicação no Instagram. Mas aqui está a verdade desconfortável: para cada Charli D’Amelio ou Addison Rae que alcançou um sucesso massivo, há milhões de criadores de conteúdo a mal conseguirem sobreviver.

A Indústria $150 Bilhão Que Está a Remodelar o Marketing

A economia dos influenciadores está a crescer rapidamente. As marcas abandonaram em grande parte a publicidade tradicional—outdoors, anúncios de TV, cada vez mais até anúncios digitais—em favor de uma abordagem mais direta: pagar criadores de conteúdo para recomendarem produtos de forma autêntica às suas audiências engajadas. Esta mudança reflete onde os consumidores realmente passam o seu tempo.

Um estudo da Harvard Business Review de 2022, que analisou milhares de publicações promocionais de influenciadores, revelou o potencial de ROI: para cada aumento de 1% no investimento em marketing de influenciadores, o envolvimento aumentou em média 0,46%. Tradução: funciona. Mas o custo varia imenso. Algumas publicações custam às marcas apenas 200 dólares, enquanto influenciadores premium cobram 100.000 dólares por publicação.

No entanto, o sucesso não está garantido. As empresas enfrentam um equilíbrio delicado—publicar com demasiada frequência e o público desliga-se; publicar de forma demasiado esporádica e os influenciadores perdem credibilidade como defensores. Um entusiasmo excessivo no conteúdo promocional muitas vezes resulta em fracasso. A Audi aprendeu isso da pior forma quando pagou a um influenciador 4.000 dólares para promover o seu novo modelo QL2 como trazendo “uma experiência totalmente nova para consumidores jovens e de espírito livre”. A publicação não recebeu nenhuma repostagem, o que significa que o investimento da Audi atingiu muito menos clientes potenciais do que o esperado.

A Dura Realidade: Menos de 1% Conseguem

Vamos falar de probabilidades. Ryan Hilliard, analista da HypeAuditor, disse recentemente à NPR que seria necessário aproximadamente 1 milhão de seguidores para sustentar a influência como carreira a tempo inteiro. E aqui está o ponto: menos de 1% dos aspirantes a criadores atingem esse limiar.

“É simplesmente demasiado difícil,” explicou Hilliard. “Há demasiadas outras pessoas a fazer coisas semelhantes.”

Milhões de criadores de conteúdo em todo o mundo trabalham diariamente, carregando vídeos, envolvendo audiências e esperando tornar-se famosos—mas a grande maioria permanece na obscuridade, ganhando trocos na melhor das hipóteses. A barreira para a viabilidade não é apenas o número de seguidores; é a consistência, originalidade, timing e, muitas vezes, sorte.

Por Que as Gerações Mais Jovens Ainda Perseguem o Sonho

Apesar das probabilidades desfavoráveis, a Geração Z e os millennials continuam fascinados pelo caminho do influenciador. Segundo a Carro, 54% dos millennials deixariam os seus empregos se pudessem tornar-se influenciadores a tempo inteiro. A Morning Consult descobriu que 57% da Geração Z faria o mesmo—e 30% disseram que até pagariam para fazer isso acontecer.

Por que a atração? As principais razões citadas: dinheiro, flexibilidade e diversão. Para as gerações mais jovens sobrecarregadas com dívidas estudantis, empregos subempregados e arranjos de vida que os deixam presos, influenciar representa um possível bilhete de lotaria para a liberdade.

A Geração Z cresceu com as redes sociais integradas na vida diária. Ao contrário das gerações mais velhas, eles veem a criação de conteúdo e a influência não como atividades marginais, mas como opções de carreira legítimas. Com mais de 64 milhões de influenciadores já a competir apenas no Instagram, a barreira de entrada é zero—a barreira para o sucesso é tudo.

O Que É Preciso Realmente: Uma Visão do Nível da Rua

Erica Becker, uma atriz, podcaster e consultora de mídia de 33 anos, com sede em Nova York, está a navegar pelo mundo dos influenciadores a tempo parcial, nas áreas de saúde, beleza e bem-estar. Ela começou depois de aprender sobre links de afiliados: recomendar um produto com um link de afiliado da Amazon, ganhar comissão.

O trabalho? Enganadoramente exigente. “Outro dia, das 10h às 18h, estive a filmar e editar conteúdo,” partilhou. “Tem que manter a energia, arranjar o cabelo, fazer a maquilhagem, trocar de roupa para não parecer que tudo foi filmado no mesmo dia. E a edição pode ser maçadora.”

A compensação inicial não corresponde ao esforço. Becker atualmente ganha 100 dólares por publicação patrocinada pontual—muito abaixo do que alguém chamaria de salário digno, considerando o tempo de produção. Ela está a construir um kit de mídia (um destaque do seu melhor conteúdo em várias plataformas) para atrair melhores parcerias de marcas, mas esse trabalho é lento.

“Para o quanto estou a investir, provavelmente não estou a receber a compensação adequada, mas é preciso fazer isso no início,” refletiu. “Ninguém vai pagar-te para fazer conteúdo se não tiveres conteúdo para mostrar.”

Ela está a trabalhar para uma parceria mais estável a longo prazo e acredita que o modelo de negócio está a ganhar legitimidade mainstream. Anúncios de emprego para posições de “criador de conteúdo” no LinkedIn estão a proliferar, sinalizando que as marcas cada vez mais veem o influenciar como uma profissão estruturada, não apenas um trabalho secundário.

A Conclusão: Abordar com Realismo

O influenciador moderno é, na essência, o celebrity de hoje—o equivalente a uma estrela de cinema, ídolo pop ou atleta profissional na era digital. E, como nesses campos, a maioria dos aspirantes nunca consegue a sua grande oportunidade.

Se estás a pensar em juntar-te às fileiras de criadores aspirantes que esperam tornar-se famosos e construir uma renda sustentável, encara com olhos claros. Influenciar pode ser um hobby divertido, uma saída criativa ou uma fonte de rendimento ocasional, comparável a trabalhar num bar ao fim de semana ou dar aulas como freelancer. É perfeitamente viável como uma fonte de rendimento secundária com expectativas realistas.

As probabilidades de fazer disso a tua principal fonte de rendimento? Decididamente longas. Mas os sonhos? Esses são gratuitos.

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