A inflação subjacente no Japão já atingiu 3%. A linha vermelha de 2% estabelecida pelo Banco Central? Já foi ultrapassada.

Então o mercado agora está especulando - será que o Banco Central do Japão está se precavendo e se preparando para aumentar as taxas de juros novamente? Assim que a notícia saiu, os mercados de capitais globais imediatamente ficaram tensos. Ontem, o mercado asiático caiu em bloco, e o mercado acionário dos EUA também não conseguiu resistir, seguindo para baixo.

A questão surgiu: até que ponto este aumento das taxas de juro irá agitar as águas?

Revendo as contas, você se lembra da operação do dia 31 de julho do ano passado? O Banco Central do Japão agiu de repente, aumentando a taxa de juros de 0,1% para 0,25%. Naquela época, quase ninguém acreditava que eles teriam coragem de agir. E o resultado? Os mercados globais enfrentaram uma "sexta-feira negra" — as ações dos EUA, da Europa e da Ásia-Pacífico caíram drasticamente, e o índice Nikkei acionou imediatamente o mecanismo de interrupção.

Há uma lógica chave por trás disso: o iene é, há muito tempo, a "moeda de empréstimo" mais barata do mundo. Os investidores gostam de realizar operações de carry trade - pegar ienes a baixo custo e investir nos mercados de ações e títulos dos EUA, ou até mesmo nos mercados de ações de vários países asiáticos para lucrar com a diferença.

Mas uma vez que o Banco Central do Japão aumente as taxas de juro, as regras do jogo mudam. O aumento do custo do empréstimo é um aspecto, mas o mais sério é a valorização do iene, o que significa que, ao devolver o dinheiro, é necessário desembolsar mais capital real. Os investidores percebem que algo está errado e rapidamente se retiram - o capital global volta ao Japão, e todos os tipos de ativos colapsam.

Será que desta vez vamos ver uma repetição do pânico financeiro anterior? O mercado realmente tem "memória muscular", as criptomoedas, ações americanas e o índice das ações japonesas estão todos em queda. Mas também não há necessidade de entrar em pânico.