Stablecoins estão a tornar-se uma poderosa ferramenta para contornar sanções económicas, sendo utilizados por criminosos para lavagem ilegal de fundos. Segundo relatos de meios de comunicação online, o New York Times revelou detalhes sobre este fenómeno.
No passado, contrabandistas e pessoas sob sanção utilizavam diamantes ou obras de arte para esconder ativos, mas estes métodos são difíceis de transportar e têm aplicação limitada. Contudo, as stablecoins estão indexadas ao dólar, são fáceis de adquirir e permitem transferências internacionais, o que as torna atraentes para criminosos. De acordo com relatórios de análise on-chain, em 2024 as transações ilegais envolvendo stablecoins ascenderam a um máximo de 25 mil milhões de dólares. O forte instrumento de sanção económica dos EUA — bloqueio de dólares e do sistema bancário mundial — está a ser contornado.
O Departamento do Tesouro dos EUA tem, há muito, bloqueado finanças ilícitas através de bancos e empresas de cartões, mas as stablecoins evitam os intermediários, escapando ao rastreamento das autoridades. Um antigo funcionário do Tesouro, agora chefe de políticas na empresa de dados blockchain TRM Labs, alertou: “Os criminosos podem agora transferir milhões de dólares com apenas alguns cliques de rato”, tornando as sanções económicas ineficazes.
Um jornalista do New York Times realizou uma experiência para demonstrar como as stablecoins facilitam o contorno das sanções. Depositou 20 dólares numa ATM de criptomoedas e trocou-os por stablecoins, gerando depois um cartão virtual anónimo através de um bot no Telegram. Todo o processo decorreu sem necessidade de identificação ou comprovativo de morada. O emissor do cartão é a “OnePay”, gerida por russos, e o serviço ajuda cidadãos russos sancionados pelos EUA a contornar restrições de pagamentos online.
A investigação revelou que pelo menos 24 empresas oferecem cartões anónimos baseados em stablecoins, estando sediadas na Costa Rica, Malta, Geórgia, Cazaquistão, Rússia, entre outros. Os EUA aprovaram uma lei de regulação de stablecoins em julho de 2025, mas bolsas estrangeiras e plataformas de finanças descentralizadas continuam num vazio regulatório.
Em particular, um grande emissor de stablecoins já emitiu mais de 180 mil milhões de dólares em stablecoins, tendo transferido a sede para El Salvador para evitar a regulação dos EUA. Esta empresa detém 112 mil milhões de dólares em títulos do Tesouro dos EUA, tendo no conselho de administração do seu banco de investimento parceiro dois filhos do Secretário do Comércio dos EUA, o que está a gerar controvérsia política.
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As stablecoins tornam-se ferramentas para contornar sanções económicas, a regulação global enfrenta desafios
Stablecoins estão a tornar-se uma poderosa ferramenta para contornar sanções económicas, sendo utilizados por criminosos para lavagem ilegal de fundos. Segundo relatos de meios de comunicação online, o New York Times revelou detalhes sobre este fenómeno.
No passado, contrabandistas e pessoas sob sanção utilizavam diamantes ou obras de arte para esconder ativos, mas estes métodos são difíceis de transportar e têm aplicação limitada. Contudo, as stablecoins estão indexadas ao dólar, são fáceis de adquirir e permitem transferências internacionais, o que as torna atraentes para criminosos. De acordo com relatórios de análise on-chain, em 2024 as transações ilegais envolvendo stablecoins ascenderam a um máximo de 25 mil milhões de dólares. O forte instrumento de sanção económica dos EUA — bloqueio de dólares e do sistema bancário mundial — está a ser contornado.
O Departamento do Tesouro dos EUA tem, há muito, bloqueado finanças ilícitas através de bancos e empresas de cartões, mas as stablecoins evitam os intermediários, escapando ao rastreamento das autoridades. Um antigo funcionário do Tesouro, agora chefe de políticas na empresa de dados blockchain TRM Labs, alertou: “Os criminosos podem agora transferir milhões de dólares com apenas alguns cliques de rato”, tornando as sanções económicas ineficazes.
Um jornalista do New York Times realizou uma experiência para demonstrar como as stablecoins facilitam o contorno das sanções. Depositou 20 dólares numa ATM de criptomoedas e trocou-os por stablecoins, gerando depois um cartão virtual anónimo através de um bot no Telegram. Todo o processo decorreu sem necessidade de identificação ou comprovativo de morada. O emissor do cartão é a “OnePay”, gerida por russos, e o serviço ajuda cidadãos russos sancionados pelos EUA a contornar restrições de pagamentos online.
A investigação revelou que pelo menos 24 empresas oferecem cartões anónimos baseados em stablecoins, estando sediadas na Costa Rica, Malta, Geórgia, Cazaquistão, Rússia, entre outros. Os EUA aprovaram uma lei de regulação de stablecoins em julho de 2025, mas bolsas estrangeiras e plataformas de finanças descentralizadas continuam num vazio regulatório.
Em particular, um grande emissor de stablecoins já emitiu mais de 180 mil milhões de dólares em stablecoins, tendo transferido a sede para El Salvador para evitar a regulação dos EUA. Esta empresa detém 112 mil milhões de dólares em títulos do Tesouro dos EUA, tendo no conselho de administração do seu banco de investimento parceiro dois filhos do Secretário do Comércio dos EUA, o que está a gerar controvérsia política.