O complexo energético enfrentou ventos contrários hoje, com crude e produtos refinados registando perdas significativas em meio a expectativas de procura em deterioração. O crude WTI de janeiro caiu -0,84 pontos (-1,46%), enquanto a gasolina RBOB recuou -0,0234 (-1,34%), com o crude atingindo um piso de 1,75 meses e os futuros de gasolina alcançando mínimos de 4,75 anos. A venda em massa reflete uma convergência de fatores baixistas que abrangem destruição de procura, normalização de oferta e redução de prémios geopolíticos.
Sinais de Destruição de Procura da Ásia Impulsionam a Venda
Dados económicos chineses divulgados hoje confirmaram os receios do mercado sobre as trajetórias de consumo de energia. A produção industrial desacelerou inesperadamente para +4,8% ano a ano em novembro, abaixo do ritmo de +4,9% de outubro e das expectativas de consenso de +5,0%. Mais preocupante para os refinadores, a expansão das vendas a retalho desacelerou para +1,3% ano a ano, abaixo da previsão de +2,9% e marcando a leitura mais fraca em 2,75 anos. Estas citações chinesas que capturam o enfraquecimento da atividade pintaram um quadro de abrandamento da procura final por combustíveis de transporte e matérias-primas industriais.
O sentimento do mercado deteriorou-se ainda mais quando as ações recuaram, com o S&P 500 a atingir uma baixa de 2 semanas. A fraqueza das ações sinalizou uma confiança deteriorada no crescimento de curto prazo, um obstáculo para as commodities correlacionadas com a atividade económica, como o petróleo bruto.
Desaceleração Geopolítica Reduz Prémio do Petróleo
Os comentários do Presidente ucraniano Zelenskiy de que as negociações EUA-Ucrânia destinadas a resolver o conflito com a Rússia foram “muito construtivas” desencadearam uma reavaliação dos riscos de cauda. Caso as negociações tenham sucesso, a potencial suspensão das sanções às exportações de energia russas expandiria a oferta global e limitaria os preços. Este otimismo de paz contrabalançou diretamente o apoio geopolítico tradicional ao petróleo.
A margem de crack — a margem de lucro para refinar crude em produtos — comprimiu-se para um mínimo de 2,25 meses, sinalizando incentivos reduzidos para os refinadores comprarem e processarem crude. Dados de navios-tanque reforçaram esta fraqueza: o armazenamento estacionário de crude a bordo de navios atingiu 120,23 milhões de barris na semana encerrada a 12 de dezembro, um aumento de +5,1% semana a semana, sugerindo que o crude está a ser mantido em armazenamento flutuante enquanto os refinadores reduzem a captação.
Dinâmicas de Oferta: Sinais Mistos Entre Produtores
As capacidades de exportação de crude da Rússia permanecem limitadas, apesar de algum otimismo de mercado quanto ao alívio das sanções. Dados da Vortexa mostraram que os embarques de produtos petrolíferos russos foram de apenas 1,7 milhões de barris por dia durante a primeira metade de novembro — o mais baixo em mais de três anos — após ataques ucranianos sustentados a 28 refinarias nos três meses anteriores. Ataques recentes com drones desativaram uma terminal no Mar Báltico e danificaram o Caspian Pipeline Consortium, que normalmente transporta 1,6 milhões de bpd de crude do Cazaquistão. Novas sanções dos EUA e da UE contra operadores e navios-tanque russos restringiram ainda mais os fluxos de exportação.
Por outro lado, riscos geopolíticos envolvendo a Venezuela, o 12º maior produtor mundial, apertaram a oferta. Forças dos EUA interceptaram e apreenderam um navio-tanque sancionado ao largo da costa da Venezuela na semana passada, com a Reuters a relatar interceptações adicionais em preparação. Tais ações de fiscalização desencorajam transportadores de terceiros a carregarem cargas venezuelanas, restringindo efetivamente a capacidade de exportação daquele país.
OPEP+ Pausa, Mas Surto de Oferta Ameaça
A OPEP+ reforçou em 30 de novembro o compromisso de pausar aumentos de produção durante o 1º trimestre de 2026, apesar de ter aumentado a produção em +137.000 bpd para dezembro. A organização continua na metade do processo de restauro dos cortes de 2,2 milhões de bpd anunciados no início de 2024, com 1,2 milhões de bpd ainda pendentes de recuperação. A produção da OPEP em novembro caiu -10.000 bpd para 29,09 milhões de bpd.
No entanto, o quadro upstream sugere que as dinâmicas de excesso de oferta estão a reassertar-se. A IEA projetou um excedente recorde de 4,0 milhões de bpd de petróleo global para 2026. A própria OPEP reviu a sua perspetiva do 3º trimestre de défice para excedente, agora esperando um excesso de 500.000 bpd em relação ao défice de -400.000 bpd do mês anterior, atribuído à produção americana inesperadamente robusta e a aumentos na produção dos membros da OPEP.
Produção dos EUA Acelera em Direção a Recordes
A produção de crude americana continua a subir, atingindo 13,853 milhões de bpd na semana que terminou a 5 de dezembro — um ganho semanal de +0,3%, aproximando-se do recorde de 7 de novembro de 13,862 milhões de bpd. A EIA elevou a sua previsão para todo o ano de 2025 para 13,59 milhões de bpd, de uma estimativa anterior de 13,53 milhões de bpd. As plataformas de perfuração ativas nos EUA aumentaram +1, atingindo 414 unidades na semana que terminou a 12 de dezembro, ligeiramente acima do piso de 4 anos de 407 plataformas atingido a 28 de novembro, mas em forte queda face ao pico de 5,5 anos de 627 plataformas registado em dezembro de 2022.
Os inventários dos EUA ofereceram sinais mistos: os stocks de crude estavam -4,3% abaixo da média sazonal de 5 anos, enquanto a gasolina estava -1,8% abaixo e os destilados apresentaram défices de -7,7%, sugerindo que a procura por produtos permanece relativamente firme apesar da fraqueza nos preços principais.
A convergência de sinais de procura fraca, prémios geopolíticos reduzidos e surgimento de excedentes de oferta mudou o pano de fundo fundamental do mercado de crude de suporte para obstáculo.
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Mercados de Energia Sob Pressão à Medida que Sinais Econômicos Chineses Fracassam
O complexo energético enfrentou ventos contrários hoje, com crude e produtos refinados registando perdas significativas em meio a expectativas de procura em deterioração. O crude WTI de janeiro caiu -0,84 pontos (-1,46%), enquanto a gasolina RBOB recuou -0,0234 (-1,34%), com o crude atingindo um piso de 1,75 meses e os futuros de gasolina alcançando mínimos de 4,75 anos. A venda em massa reflete uma convergência de fatores baixistas que abrangem destruição de procura, normalização de oferta e redução de prémios geopolíticos.
Sinais de Destruição de Procura da Ásia Impulsionam a Venda
Dados económicos chineses divulgados hoje confirmaram os receios do mercado sobre as trajetórias de consumo de energia. A produção industrial desacelerou inesperadamente para +4,8% ano a ano em novembro, abaixo do ritmo de +4,9% de outubro e das expectativas de consenso de +5,0%. Mais preocupante para os refinadores, a expansão das vendas a retalho desacelerou para +1,3% ano a ano, abaixo da previsão de +2,9% e marcando a leitura mais fraca em 2,75 anos. Estas citações chinesas que capturam o enfraquecimento da atividade pintaram um quadro de abrandamento da procura final por combustíveis de transporte e matérias-primas industriais.
O sentimento do mercado deteriorou-se ainda mais quando as ações recuaram, com o S&P 500 a atingir uma baixa de 2 semanas. A fraqueza das ações sinalizou uma confiança deteriorada no crescimento de curto prazo, um obstáculo para as commodities correlacionadas com a atividade económica, como o petróleo bruto.
Desaceleração Geopolítica Reduz Prémio do Petróleo
Os comentários do Presidente ucraniano Zelenskiy de que as negociações EUA-Ucrânia destinadas a resolver o conflito com a Rússia foram “muito construtivas” desencadearam uma reavaliação dos riscos de cauda. Caso as negociações tenham sucesso, a potencial suspensão das sanções às exportações de energia russas expandiria a oferta global e limitaria os preços. Este otimismo de paz contrabalançou diretamente o apoio geopolítico tradicional ao petróleo.
A margem de crack — a margem de lucro para refinar crude em produtos — comprimiu-se para um mínimo de 2,25 meses, sinalizando incentivos reduzidos para os refinadores comprarem e processarem crude. Dados de navios-tanque reforçaram esta fraqueza: o armazenamento estacionário de crude a bordo de navios atingiu 120,23 milhões de barris na semana encerrada a 12 de dezembro, um aumento de +5,1% semana a semana, sugerindo que o crude está a ser mantido em armazenamento flutuante enquanto os refinadores reduzem a captação.
Dinâmicas de Oferta: Sinais Mistos Entre Produtores
As capacidades de exportação de crude da Rússia permanecem limitadas, apesar de algum otimismo de mercado quanto ao alívio das sanções. Dados da Vortexa mostraram que os embarques de produtos petrolíferos russos foram de apenas 1,7 milhões de barris por dia durante a primeira metade de novembro — o mais baixo em mais de três anos — após ataques ucranianos sustentados a 28 refinarias nos três meses anteriores. Ataques recentes com drones desativaram uma terminal no Mar Báltico e danificaram o Caspian Pipeline Consortium, que normalmente transporta 1,6 milhões de bpd de crude do Cazaquistão. Novas sanções dos EUA e da UE contra operadores e navios-tanque russos restringiram ainda mais os fluxos de exportação.
Por outro lado, riscos geopolíticos envolvendo a Venezuela, o 12º maior produtor mundial, apertaram a oferta. Forças dos EUA interceptaram e apreenderam um navio-tanque sancionado ao largo da costa da Venezuela na semana passada, com a Reuters a relatar interceptações adicionais em preparação. Tais ações de fiscalização desencorajam transportadores de terceiros a carregarem cargas venezuelanas, restringindo efetivamente a capacidade de exportação daquele país.
OPEP+ Pausa, Mas Surto de Oferta Ameaça
A OPEP+ reforçou em 30 de novembro o compromisso de pausar aumentos de produção durante o 1º trimestre de 2026, apesar de ter aumentado a produção em +137.000 bpd para dezembro. A organização continua na metade do processo de restauro dos cortes de 2,2 milhões de bpd anunciados no início de 2024, com 1,2 milhões de bpd ainda pendentes de recuperação. A produção da OPEP em novembro caiu -10.000 bpd para 29,09 milhões de bpd.
No entanto, o quadro upstream sugere que as dinâmicas de excesso de oferta estão a reassertar-se. A IEA projetou um excedente recorde de 4,0 milhões de bpd de petróleo global para 2026. A própria OPEP reviu a sua perspetiva do 3º trimestre de défice para excedente, agora esperando um excesso de 500.000 bpd em relação ao défice de -400.000 bpd do mês anterior, atribuído à produção americana inesperadamente robusta e a aumentos na produção dos membros da OPEP.
Produção dos EUA Acelera em Direção a Recordes
A produção de crude americana continua a subir, atingindo 13,853 milhões de bpd na semana que terminou a 5 de dezembro — um ganho semanal de +0,3%, aproximando-se do recorde de 7 de novembro de 13,862 milhões de bpd. A EIA elevou a sua previsão para todo o ano de 2025 para 13,59 milhões de bpd, de uma estimativa anterior de 13,53 milhões de bpd. As plataformas de perfuração ativas nos EUA aumentaram +1, atingindo 414 unidades na semana que terminou a 12 de dezembro, ligeiramente acima do piso de 4 anos de 407 plataformas atingido a 28 de novembro, mas em forte queda face ao pico de 5,5 anos de 627 plataformas registado em dezembro de 2022.
Os inventários dos EUA ofereceram sinais mistos: os stocks de crude estavam -4,3% abaixo da média sazonal de 5 anos, enquanto a gasolina estava -1,8% abaixo e os destilados apresentaram défices de -7,7%, sugerindo que a procura por produtos permanece relativamente firme apesar da fraqueza nos preços principais.
A convergência de sinais de procura fraca, prémios geopolíticos reduzidos e surgimento de excedentes de oferta mudou o pano de fundo fundamental do mercado de crude de suporte para obstáculo.